A freguesia de Alfena comemorou no dia 22 de junho, o 5.º aniversário de elevação à categoria de Cidade. A data foi assinalada com uma sessão solene evocativa da data e a inauguração da exposição "Brinquedo Português - o advento do plástico", que está patente ao público, no Centro Cultural de Alfena, até ao dia 7 de agosto.
Na sua intervenção o presidente da Junta de Freguesia de Alfena, Arnaldo Pinto Soares, reconheceu o papel do presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, na altura deputado e autor da proposta. Depois, recordou o dia em que chegou a notícia e as questões levantadas por alguns conterrâneos: “mas cidade para quê? O que muda?”. Confessou ter sido dos que achou bem a elevação a cidade porque “temos mais à vontade para exigirmos todo um conjunto de infraestruturas que são fundamentais em Alfena”.
Em cinco anos, pode mudar muita coisa e em Alfena “muita coisa mudou”, afirmou Arnaldo Pinto Soares. “Há trabalho de anos que começa hoje a dar os seus frutos”, relembrando a já anunciada construção de um novo centro de saúde, a plataforma solidária, o espaço multiusos e os terrenos para o Parque do Vale do Leça.
O autarca de Alfena enumerou também o investimento privado levado a cabo na freguesia para reivindicar mais investimento público. “Falta-nos muita coisa e é por essas que temos de continuar a trabalhar todos os dias”. “A Junta de Freguesia é, sem dúvida, o parente pobre. Alfena está a crescer, mas crescimento não significa desenvolvimento e nós queremos ser cidade, mas acima de tudo queremos qualidade de vida”.
Arnaldo Pinto Soares considera que o presidente da câmara “não olhou para Alfena com a justiça que devia ter olhado”, mas é uma situação que ainda pode ser corrigida. Entre várias intervenções necessárias, pediu a José Manuel Ribeiro que compre a Quinta do Bandeirinha, “aí será possível concretizar infraestruturas como uma nova junta de freguesia, um auditório, dimensionado para uma população de 18 mil habitantes e outros serviços públicos”.
“Somos Cidade, mas não estamos satisfeitos com o que temos e há uma mágoa muito profunda e que não representa dinheiro mas sim bom senso”, afirmou o autarca, lamentando que a câmara ignore a junta de freguesia. E passou a enumerar: “dá início a obras e nem sequer nos avisa, vem fazer inaugurações ou lançamentos de 1ª pedra e ignora-nos, pedimos informações relativamente a determinados assuntos e nem nos respondem. O sr. presidente esquece-se que nós também somos eleitos e que as nossas preocupações são as preocupações dos Alfenenses, são as preocupações que eles nos transmitem no dia-a-dia”.
Arnaldo Pinto Soares pede “respeito” pelo órgão junta de freguesia e lamenta que seja tratada “como concorrente”. Mas acredita que “nunca é tarde” e espera, no sexto aniversário, pode dizer que têm trabalhado em conjunto, que têm “todos sabido dar a melhor utilização aos escassos recursos” de que dispõem.
Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, preferiu fugir às críticas mais sensíveis. Preferiu recordar também o processo que levou à elevação de Alfena a Cidade e passou a enumerar alguns investimentos feitos na freguesia e outros que fazem parte do orçamento da autarquia, nomeadamente melhorias em arruamentos, a recuperação da Levada do Cabo e a Festa do Brinquedo, “uma marca que vamos continuar a promover”. “O que está a ser feito é o que é possível”, acrescentou.